O açúcar é cada vez mais o inimigo número um da saúde e, naturalmente, das dietas de emagrecimento, sendo actualmente assumido como um verdadeiro vício alimentar. Vício porque algumas pessoas sentem desesperadamente a falta de fontes alimentares de açúcar, porque perdem o controlo quando as consomem e ingerem significativamente mais do que tinham planeado. Fisiologicamente, o açúcar está associado ao prazer e bem-estar e, se consumido regularmente, tem nalgumas pessoas um efeito similar a outras substâncias aditivas.

As consequências para a saúde humana derivadas do consumo excessivo de açúcar vão muito para além das cáries dentarias de que nos falavam enquanto jovens; sabe-se, hoje, que está associado ao excesso de peso e à obesidade, diabetes, dislipidémias e vários tipos de cancro.

Cada vez mais surgem suplementos, que prometem acabar com o craving por doces, ou dietas milagrosas em jeito de detox de açúcares, mas o melhor mesmo é evitá-los ao máximo e substitui-los por opções alimentares saudáveis. Aqui ficam algumas sugestões que o(a) podem ajudar a acabar de vez com o vício do açúcar:

• Evite ao máximo fontes de açúcar, as óbvias e as menos óbvias: se se sente viciado(a) em açúcar, terá então de fazer um “desmame”, e custará tanto menos quanto menos o consumir. Desde logo, prepare os seus lanches, evite idas a locais “tentadores” e acabe com as reservas escondidas nos armários de casa;

• Cuidados com os alimentos amiláceos: as fontes de amido, como o pão branco, bolachas, alguns cereais de pequeno-almoço, batatas fritas ou outros snacks salgados são fontes de amido, que são rapidamente degradados pelo organismo e transformados em açúcar simples;

• Dietas detox de açúcares podem não ser a melhor ideia. É certo que eliminam os doces por uns dias, mas as alternativas são habitualmente alimentos como sumos de legumes, frutas e lácteos que, a longo prazo, não se enquadram numa dieta saudável e equilibrada, pelo que a consequência pode muito bem ser passar do oito ao oitenta e, rapidamente, cair de novo nos maus hábitos. Aconselhe-se com um profissional de saúde e crie hábitos para a vida;

• Treine o seu palato. O açúcar é mesmo um hábito. Em vez de medidas drásticas sem sucesso, procure educar o seu corpo reduzindo aos poucos o consumo de açúcar, por exemplo colocando menos nas bebidas (chá, café...) e/ou fazendo bolos ou biscoitos em casa, com metade do açúcar habitual. Só estranhará a primeira vez e vai surpreender-se como o corpo rapidamente se adapta ao sabor menos doce;

• Não tem que abdicar dos doces. A fruta, fresca, seca ou congelada, é um excelente substituto dos doces, simples ou misturada com cereais ou lácteos. Ainda, o chocolate negro (mais de 70% de cacau) é também uma boa e saudável ajuda, em alternativa ao chocolate açucarado;

• Não fique mais de três horas sem comer durante o dia. Se fizer longos periodos de jejum, permitirá ao seu corpo reduções grandes nos níveis de açúcar sanguíneos (glicémia). Em consequência, a vontade de ingerir açúcar será enorme e difícil de controlar;

• Aposte em hidratos de carbono complexos e fonte de fibra, como o pão escuro, os cereais integrais e as sementes. São muito mais saciantes e previnem os picos de açúcar no sangue que estão na origem do craving por doces;

• Exercite. A prática regular de exercício físico tem impacto benéfico no controlo do apetite em geral, fará com que se sinta melhor com o seu corpo e com que tenha vontade de fazer escolhas alimentares saudáveis. Inicie com caminhadas de 30-40 minutos, três a quatro vezes por semana.